A aplicação da nova NR1 foi atualizada. Entenda o que muda em 2025 e por que a adequação deve começar agora — antes das penalidades em 2026!
Após poucos meses da publicação da Portaria nº 1.419/2024, que introduziu alterações significativas no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), o Ministério do Trabalho e Emprego decidiu prorrogar oficialmente o início da vigência da nova NR1 para 26/05/2026, conforme Portaria MTE nº 765/25.
Com o novo cronograma da NR1, é necessária uma atenção imediata para compreender o que entra em vigor em 2025 e 2026 e, desta forma, ficar em conformidade legal com ambientes laborais mais seguros.
Quais mudanças foram anunciadas no novo cronograma da NR1?
O novo cronograma da NR1, conforme definido pela Portaria MTE nº 765/2025, estabelece que as exigências da norma passarão a valer obrigatoriamente a partir de 26 de maio de 2026. Com isso, as organizações ganharam mais tempo para se adaptar, mas a complexidade das exigências reforça a necessidade de planejamento antecipado.
Conforme afirma o Ministro do Trabalho Luiz Marinho, o primeiro ano de implantação será um voltado para um processo educativo, sendo que a autuação pela Inspeção do Trabalho só terá início em 26 de maio de 2026.
Entre as mudanças anunciadas, destaca-se a inclusão obrigatória dos fatores de risco psicossociais no processo de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). Inicialmente prevista apenas de forma orientativa, essa dimensão agora deve ser tratada com o mesmo rigor dos riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.
Além disso, o PGR — que já era exigido — passa a ter exigências mais detalhadas, como:
- A avaliação contínua e sistemática de todos os riscos, inclusive os de natureza subjetiva;
- A formalização do inventário de riscos com informações completas sobre perigos, consequências e grupos de trabalhadores expostos;
- A integração do PGR a outros programas, como o PCMSO e ações de ergonomia;
- A definição clara de responsáveis, prazos e métricas no plano de ação.
Com essas mudanças, a NR1 deixa de ser apenas uma diretriz formal e assume um papel central na cultura de prevenção nas empresas.
Por que é importante se adequar à NR1 desde já?
Antecipar-se às exigências da NR1 é uma atitude estratégica para qualquer organização, pois a implementação do PGR exige planejamento, revisão de processos e capacitação da equipe, o que demanda tempo e recursos.
Assim, estar em dia com os requisitos evita sanções legais e fortalece a cultura de prevenção dentro do ambiente de trabalho.
Outro aspecto relevante é a identificação precoce das chamadas doenças ocupacionais invisíveis — como os transtornos mentais e lesões por esforço repetitivo — que muitas vezes não são notados em análises superficiais.
Para tanto, a nova NR1 exige que fatores psicossociais e ergonômicos sejam considerados na identificação de perigos. Essa mudança fica mais nítida, por exemplo, em empresas com alta rotatividade e muitos afastamentos.
Diante desse perfil, os fatores psicossociais podem ser elementos que contribuam para esse quadro, demandando uma resposta eficiente por parte da organização.
Essa alteração significa um avanço importante na proteção da saúde mental e física dos trabalhadores, ampliando a responsabilidade das empresas na gestão do bem-estar de suas equipes.
Como se preparar para a fiscalização futura da norma
Com a chegada do novo prazo de vigência, as empresas precisam se organizar para comprovar as exigências NR1 durante as fiscalizações. Isso significa manter toda a documentação atualizada, de fácil acesso e conforme os critérios técnicos exigidos.
A seguir, algumas medidas práticas para garantir uma boa preparação:
- Realizar o levantamento preliminar de perigos e riscos em todas as áreas da empresa;
- Atualizar o inventário de riscos, incluindo descrições detalhadas dos perigos e suas consequências;
- Integrar o PGR aos demais programas de segurança, como PCMSO e NR-17;
- Capacitar as equipes com treinamentos periódicos sobre identificação de riscos e medidas de prevenção;
- Estabelecer um plano de ação com prazos definidos e responsáveis claros;
- Documentar todas as ações implementadas, incluindo evidências de monitoramento e análises de eficácia;
- Promover a participação ativa dos trabalhadores e da CIPA no processo de gerenciamento.
Seguindo essas diretrizes, a empresa estará mais preparada para auditorias e, principalmente, para oferecer um ambiente de trabalho mais seguro e saudável a todos.
Apesar do novo cronograma da NR1 adia o início das fiscalizações, o melhor é agir desde já. Antecipar-se às exigências e adotar medidas práticas é o caminho mais seguro para evitar multas, proteger os colaboradores e elevar o padrão de segurança no ambiente corporativo.
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